Geralmente quando se faz uma crítica negativa de um assunto tão relevante quanto esse novo ensaio sobre a Campanha do desarmamento fica parecendo que a gente está torcendo contra, mas quando lembramos que em 2005 mais de 60% dos brasileiros optaram por manter a comercialização de armas no país, há que se considerar alguns aspectos que cercam o comportamento da população brasileira.
É preciso deixar bem claro que independentede qualquer opinião majoritária, essa mesma parcela continua incrédula, apavorada, descrente, mas esperançosa, porque até hoje não aconteceu nada que trouxesse tranquilidade e paz de que todos precisam.
Se as grandes cidades incharam ao longo desses anos, o maior dos projetos não conseguiu acompanhar esse crescimento galopante. Ao mesmo tempo em que não há hospitais eficientes e escolas de qualidade para todos, a atual política de segurança também não atende à grande demanda. Ou seja, não há segurança para todo mundo.
Com isso, cada um se vira como pode, de acordo com seu poder aquisitivo. São carros blindados, condomínios fechados, segurança particular, milícias, seguros. Só que antes mesmo de o mercado absorver as necessidades que foram surgindo, o cidadão comum já procurava se defender com o respaldo da lei, inclusive.
Hoje, muitos brasileiros têm armas de fogo legalizada, com registro, em casa, para se resguardar de qualquer perigo que ronde o seu lar, que segundo a Constituição, é inviolável. Essas pessoas, dificilmente vão entregar sua arma num momento com este. A dor do seu semelhante, que sofreu a violência dos novos tempos, não será suficiente para demovê-lo da ideia de guardar uma arma em casa. Muito pelo contrário, ela vai se reforçar ainda mais, comprando mais fechaduras, câmeras de vídeo, alarmes e outros serviços que a indústria da segurança, inteligentemente, colocou à disposição da população.
Diante desse quadro de incerteza, nada mudará o estado de medo, independente do resultado do plebiscito, caso haja uma nova consulta ao povo. Mesmo que a maioria resolva abolir a venda legal de armas no Brasil, a outra parcela representará a insatisfação com a inércia que se verifica, o que significa que qualquer medida do governo na área de segurança não contempla todo mundo.
Esta semana, saiu num jornal de grande circulação a foto de um grupo de alunos na sala de aula, portando armas de brinquedo que seriam entregues em ato simbólico de paz. Ora! Quem usa armas de brinquedo são os delinquentes maiores e os menores infratores, de vez em quando flagrados e presos. Bem diferentes do tempo da antiga brincadeira de “polícia e ladrão”, as crianças de hoje brincam de Counter Strike. Um jogo virtual, em que a violência é a tônica para a sobrevivência. Na verdade, uma versão mais que moderna dos velhos filmes de bang-bang, cujo conteúdo povoava as cabeças pouco pensantes.
A lei n° 10.826, do Estatuto de Desarmamento, que pune por porte ilegal de armas, constitui um importante mecanismo para recuperar armas das mãos de quem não pode usá-las. Mas, não adianta nada se o indivíduo pode comprar outra no mercado paralelo, quando ganhar a liberdade, sob condicional, habeas-corpus, indulto de Natal ou regime semi-aberto; instrumentos legais de uma lei arcaica que beneficia o infrator e aterroriza a sociedade.
Pois, é! Quando o próprio estado de direito abre brechas para foras-da-lei sobreviverem é porque chegou a hora de reforma, de mudanças na ótica de um problema grave, remexido, até hoje, sob os holofotes e do alto de palaques.
Bem disse Ophir Cavalcante, presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, para quem essa nova tentativa de promover o plebiscito representa uma “cortina de fumaça” para deviar a atenção das pessoas dos problemas na política de segurança no país.
O senador Demóstenes Torres, de Goiás, também não vê com bons olhos uma nova consulta à população sobre a venda de armas. Segundo ele, não basta tirar a arma do cidadão de bem; é preciso evitar que ela chegue às mãos dos homens do mal.
Chega de tiro no pé!l
Amoreco,
ResponderExcluirte parabenizo por cada palavra, vírgula, ítem, ponto, do seu blog. Não canso de dizer que você é lindo, fofo e abençoado por Deus.
Te amo!!!
Com carinho.
Elizeth Maria de Moraes.