sexta-feira, 22 de abril de 2011

A descoberta

    
     Há exatos 511 anos, segundo o calendário gregoriano, descobriram que nossa terra, ou melhor, nosso país seria uma grande nação. Pela dimensão continental que hoje classificam o Brasil pelo seu perfil de potencial consumidor é natural que estejamos em destaque, pela cobiça que despertamos, muito antes de o nosso Brasil varonil ser uma nação independente.
     Cada vez que os desbravadores percorriam as trilhas do Pau-Brasil, passando pelo Ciclo do Ouro, desenhava-se, a partir de então, uma história de luta que nortearia a trajetória do Brasil até os dias de hoje.
  Quando lembramos nossos esforços para nos tornarmos uma república sem a ingerência dos colonizadores, o processo pela abolição da escravatura talvez tenha sido o primeiro sinal de que teríamos pela frente uma série de batalhas até que o Brasil se tornasse um país hegemônico e soberano.
     No momento em que os tripulantes daquelas caravelas aportaram em Cabrália e dizimaram grande parte dos índios ali existentes, consolidou-se no Brasil, não só um processo de miscigenação do povo brasileiro, como também uma política de segregação que se acentuou com a chegada dos navios negreiros, que culminou com uma grande dívida existente até hoje.
     Depois de um longo período de adequação gradativa de inserção social temos hoje uma mulher brasileira na presidência do Brasil. Pelos fatos históricos que ilustram a nossa trajetória, temos muito mais a lamentar, pelo tempo que se passou, até podermos comemorar uma conquista dessa magnitude.
    Certamente teremos à frente do poder outros segmentos da sociedade, excluídos ao longo desses séculos. Mas, não há dúvidas de que a conquista das mulheres, pelo seu espaço na vida brasileira, contribuiu enormemente para inaugurar o Brasil na vanguarda dos novos tempos, embora existam algumas lacunas que as atuais políticas sociais vêm tentando preencher.
     A presidenta Dilma Rousself vem pleiteando, junto ao Conselho de Segurança da ONU um assento permanente do Brasil naquela entidade. Diferentemente de outras tentativas de lograr êxito nessa empreitada, pelo menos agora o governo brasileiro acena com uma proposta de observância dos Direitos Humanos, cujos tratados podem fazer as nações reaverem suas políticas externas, quando da interferência em outros países, por razões comerciais, como também fazendo seu dever de casa, corrigindo velhos erros do passado, em que impera a intolerância contra grupos sociais, historicamente excluídos do processo político, econômico e social interno.
     Pelo passado histórico de nossa presidenta no cenário político, é natural que agora como chefe da nação ela trouxesse essa questão à tona. A própria ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, levantou essa bandeira da colega brasileira, por ter convivido com esse martírio, em seu país.
     O caminho pelo qual o Brasil percorre para assegurar o seu poder de voto no Conselho de Segurança da ONU, através da China, não pode ser visto como algo diferente, porque o governo chinês também tem telhado de vidro, e o seu interesse comercial com o Brasil certamente vai tornar simpática a aspiração do Brasil àquele Conselho, como fez Barack Obama, quando veio aqui nos bajular.
     De qualquer forma, caminhamos bastante desde aquela descoberta, apesar de termos errado de rota, como fez Cabral.

   

4 comentários:

  1. vc e um espetáculo escrevendo, afinal de contas vc é um espetáculo em tudo o que faz.
    beijos mil!!!
    elizeth ♥ te amo amooreco

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  2. Parabéns Miguel pelo seu trabalho espero que continue crescendo na sua profissão !!

    Patrick França

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  3. LEGAL MIGUEL AGORA SO PRECISA DIVULGAR O SEU TRABALHO USANDO A PROPRIA INTERNET.FACEBOOK ORKUT E OUTROS ESPERAM QUE VC FAÇA A SUA PARTE.
    BENE

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  4. caro Miguel vc somente segue a si proprio.Acho que isso fica estranho.Quem nao visista nao quer visita.Assim vc perde chances de visibilidade.Afinal para quem vc escreve?

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