O governo do Estado do Rio de Janeiro vem veiculando na mídia uma propaganda institucional tentando passar para a opinião pública um clima de bonança e bem-estar no seio da população fluminense. Para azar do governador e desgraça do povo o momento é completamente inoportuno, considerando os últimos acontecimentos.
Se já estava difícil engolir as incongruências de uma política de segurança extremamente ineficaz, agora que o próprio poder público se torna vítima do mesmo mal que aflige o cidadão comum a necessidade e a pressa por uma solução imediata já estrapolaram o seu tempo de espera.
Está todo mundo estarrecido com o que se considera uma afronta ao estado de direito esse atentado à juíza de São Gonçalo Patrícia Acioli. Antes que se esclareça as circunstâncias e os autores de mais um crime brutal é bom que se lembre que desta vez a ordem instituicional e o poder constituído é que fizeram as vezes do cidadão no velho expediente de vítima contumaz da violência vinda de todos os calibres e matizes no estado do Rio de Janeiro.
O governador Sérgio Cabral, o secretário de segurança pública José Mariano Beltrame ou outra autoridade certamente se apressarão em argumentar que a atual política de segurança vem incomodando porque está atingindo o seu objetivo. Ora, mesmo que o trabalho de combate ao crime organizado não seja constante e firme, haverá sempre a reação sem hora marcada de quem se sente ameaçado. O que não pode é o poder paralelo fincar terreno no território do estado do Rio pela timidez que as medidas do governo demonstram nas ações de proteção à população.
Independente do desfecho do caso da juíza e dos desdobramentos nas investigações do crime é importante lembrar que a sociedade já sofre há muito tempo toda sorte de violência, tanto vinda de delinquentes à solta nas ruas, quanto de tropeços de agentes públicos em ações desastradas.
A morte de Patrícia Acioli apenas acendeu a luz vermelha para a velha questão da segurança pública. Se alguma nova medida for implementada em função do ataque à magistrada esta deve atender a todos os cidadãos, incluindo as autoridades no exercício de sua funções. É hora de os órgãos e entidades que congregam toda a magistratura do estado cobrar do governo ações mais enérgicas, como forma de proteger a população como um todo.
Não dá para ficar fazendo propaganda de imagem arranhada.
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