quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

O CARIOCA NÃO MERECE ISSO

 

    Esse temporal que atinge a cidade do Rio de Janeiro já faz parte do calendário das cidades que compõem a região metropolitana da maioria dos estados do Brasil. É uma situação pertinente às maiores concentrações urbanas, enfim.
   Apenas esse aspecto sazonal já seria suficiente para implementar uma reformulação completa na vida, na agenda, na realidade de uma grande cidade como o Rio de Janeiro, por exemplo.
   Não faltam estudos sobre o crescimento, as necessidades e o que precisa ser feito para adequar a gestão da nossa cidade com o seu potencial, que incluem a população, os serviços, as demandas, os recursos naturais, a geografia local, relevo, tudo que é levado em conta para se criar um modelo adequado de vida para a população.
    Só que quanto mais vai se protelando um projeto de grande magnitude, que poderia efetivamente trazer o tão esperado bem-estar para todos, piora ainda mais a situação, porque é preciso refazer até os estudos, os dados, as informações que vão ficando defasadas pelo acúmulo de pontos e itens não executados. Daí esse cenário cada vez mais catastrófico na realidade da cidade maravilhosa.
     E o que a gente vê hoje nesse cenário caótico nas ruas da cidade é fruto de várias décadas de descaso. Lembram do grande temporal de 1968? E do outro transtorno em 1988? Pois é, não houve nenhuma ação impactante para amenizar o sofrimento da população, e se naquela época já havia uma urgência enorme, imagine agora com um acúmulo maior das ações que ficaram só no papel, nas promessas de campanha ou nos compromissos de fóruns sobre questões urbanas.
     Se a cidade do Rio de Janeiro foi crescendo ao longo dos tempos, é natural que um temporal que sempre acontece afete um número cada vez maior da população, e o que é pior, comprometendo os principais serviços.
  Pela importância do Rio de Janeiro para seus próprios habitantes, não rola mais as pessoas penarem na volta para casa, porque trem, ônibus e metrô não têm a estrutura estabelecida nas regras de concessão dos serviços. Não tem cabimento um cidadão ser arrastado por uma correnteza, ter a rua e a casa alagadas, pela ausência de políticas públicas amplamente discutidas em sucessivos encontros sobre a questão.
     Não tem como esperar mais que o poder público inclua nas ações de intervenção urbana as pautas da agenda ambiental que vão embasar os projetos de transportes, moradia, segurança, saúde, saneamento, substituindo essas maquiagens que prefeitos e governadores vêm sistematicamente implementando e empurrando goela abaixo da população faz tempo.


                                                                  Foto: O Globo 

6 comentários:

  1. Perfeito como sempre Miguel, abordar o desgoverno com essa elegância nas palavras é para poucos. Parabéns!!!

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  2. Sei que as autoridades precisam estudar uma forma e colocar em prática esse estudo para que as chuvas não nos cause transtornos, porém a população tem que ser educada também, colocando os lixo na rua no dia da coleta, não jogando lixo nos corregos e rios ,não estou querendo ser defensora de uma prefeitura e um estado que nada fazem,para população mas também a população tem que fazer a sua parte . Parabéns pelo texto como sempre o melhor.

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    1. Bom dia, querida! No dia a dia a gente vê a falta de educação das pessoas. E esse problema do lixo é o mais recorrente!! Impressionante! Abç!

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