sábado, 18 de fevereiro de 2023

PEDAÇOS DA HISTÓRIA

 

   Quantas histórias já foram contadas na Marquês de Sapucaí? Um pergunta que já deve ter fervilhado a cabeça de muita gente. Já tive pensando nisso, mas sem tentar especular o quantitativo, imagine, já passou tanto tempo.
    Hoje, o que se pode de fato constatar é a forma como são contadas essas histórias na avenida. Os enredos, além de uma ilustração clara do que está sendo proposto apresentar ao público, revela também um viés, uma ótica diferenciada de como se deu um episódio qualquer que o carnavalesco resolveu levar para a passarela.
     Até mesmo quando a escola traz um fato já bem conhecido pela sociedade, há sempre uma informação nova, um dado qualquer que automaticamente dá ao assunto abordado uma outra dimensão. O propósito do carnavalesco é justamente criar uma perspectiva diferente, porque as histórias precisam ser contadas da forma como aconteceram de fato, diferentemente de como a gente soube pelos livros de história.
     O cara vai pesquisar, colher informações, entrevistas, depoimentos, buscas, e o resultado acaba sendo um retrato mais fiel da história que a gente já conhece ou de um episódio desconhecido do público, que foi pouco difundido, mas que agora vem à tona.
    E o carnavalesco, por todo esse trabalho de imersão na história, ele mesmo faz descobertas, claro, e com isso acaba contribuindo para grande parte da nossa história. Quanta coisa que passou ao longo desses tempos completamente despercebida do público e agora ganha publicidade, vai formando uma espécie de quebra-cabeça, porque em nossa história está sempre faltando um pedaço.
    Para parte do público que se interessa pela história é sempre gratificante conhecer novos elementos de tudo que se passou lá atrás e uma criar nova consciência e esclarecer melhor, formar opinião sobre tudo que é importante saber sobre nossa formação como sociedade, nossa cultura, origem de nossa gente com efeito na diversidade do povo brasileiro, as etnias, religiões e toda forma de vida.
   É isso que basicamente as escolas trazem, só que com um olhar diferente, o que se reflete até na maneira como a escola evolui na Marquês de Sapucaí.
    A magia do carnaval não se restringe à estética das cores, dos batuques e das performances dos passistas. A importância do carnaval na avenida é a oportunidade de se fazer uma leitura de como vem por exemplo, um carro alegórico, as alas e suas representações, a comissão de frente com aquele teatro maravilhoso como cartão de vista da escola, tudo com uma mensagem embutida.
   Se não for assim nem adianta atravessar a avenida, porque a cultural em geral tem essa premissa básica.
    Mais do que uma grande festa, o carnaval é a cultura que enriquece a nossa história.

8 comentários:

  1. Miguel parabéns pelo texto

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  2. Pena q a avenida não é mais do povo

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  3. Olá amigo! O Carnaval das escolas de samba é exatamente o que vc disse: além de uma grande festa, é a expressão da cultura de um povo multiétnico, é uma janela para dizer ao mundo que somos todos iguais, que a pesar do sofrimento acreditamos num planeta mais feliz.

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