quinta-feira, 18 de outubro de 2018

A polarização da mediocridade

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  Não é de hoje que a velha polarização entre forças opostas ilustra o cenário político brasileiro. A diferença é o viés ideológico de hoje, bem diferente daqueles tempos de outrora, quando a política do Café com Leite inaugurou esse expediente de cada um governar um pouco.
   Mas, agora já não basta analisar essa disputa sob a ótica do juízo de valor, em que discussões incansáveis e inúteis dividem a sociedade tentando sobrepor uma verdade à outra. 
    No caso dessa contenda entre a esquerda e a direita é inútil nesse momento especular quem é mais importante para o Brasil, e sim, analisar a performance de cada um quando tiveram o poder nas mãos, pois, desde a época em que paulistas e mineiros se alternavam no poder, também não é diferente que as correntes opostas de hoje tenham que rever seus conceitos, porque num breve balanço é possível concluir que há em ambos os lados mais momentos de timidez e inoperância que instantes de consagração.
   A direita, tanto a conservadora quanto a liberal, sempre figuraram por mais tempo na administração do país. Desde a época em que o Brasil se tornou independente, passando pela Velha República e as fases conturbadas do cenário politico brasileiro, o país criou seu mapa geopolítico, se industrializou e fortaleceu suas instituições, criando condições para que atingíssemos patamares importantes que outras grandes nações já detinham.
   Mas questões fundamentais que envolvem a riqueza do país, meio-ambiente, legislação e reformas em geral são pontos que ainda deixam a desejar, considerando os benefícios à população.
   De qualquer forma, houve mudanças profundas e o Brasil ganhou dimensões continentais, mas sem que isso elevasse nosso país a níveis de uma nação de primeiro mundo, e tampouco diminuísse os números de nossos mais preocupantes indicadores. Por isso, ainda estamos nessa expectativa de grandes transformações.
   Com relação à esquerda, enquanto almejava o poder, para a sociedade ou parte dela, uma alternativa às lacunas deixadas por administrações conservadoras, ligadas à elite do país, permitindo desigualdades pelo Brasil afora. Finalmente no poder, houve conquistas importantes, principalmente na área social.
   Mas vale destacar as alianças que a esquerda precisou costurar para comandar a nação e implementar seus principais projetos. Na verdade o mesmo modelo de administração baseado em acordos, parcerias e negociações políticas que a direita já adotara como paradigma, revelando os velhos vícios de sempre.
    Hoje, a corrupção deixa à mostra as vísceras do poder, tornando completamente inútil essa polarização entre forças opostas, mas irmanadas na mesma expropriação da coisa pública, igualando ambas as correntes no mesmo perfil vacilante.   
     Agora, mais do que nunca, não há´garantia de que essa disputa será saudável como sugere a própria democracia brasileira, enquanto a direita e a esquerda não reverem seus conceitos.
    Se parece utópico em meio a um período conturbado do cenário politico, enquanto a possibilidade de união em prol de um só país continuar relegado ao segundo plano, dificilmente reverteremos esse quadro caótico.
    Enquanto houver essa polarização nivelada por baixo, tanto à direita quanto à esquerda o Brasil estará sempre fadado à mediocridade.
     

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