Já saiu da boca de muita gente que a política se renova a todo instante, mas quando se ouve também que tudo ou quase tudo que gira em torno da política continua no mesmo há controvérsia nessa máxima inicial.
É mais seguro dizer que a política só se renovará quando quando seus elementos principais estiverem de acordo com a realidade atual. Não adianta olhar a forma como a sociedade se organiza politicamente e enxergar vestígios do passado; identificar como sendo de outrora essa fórmula de agora, que se for de agrado de uma parcela, ainda assim não se poderá enquadrá-la como moderna e eficaz até que ela seja o mais abrangente possível.
Talvez esteja nesse período de sufrágio universal a oportunidade de reflexão sobre os caminhos que já percorremos como sociedade organizada sem longos passos e grandes conquistas.
Os próprios discursos revelam o estágio em que se encontra a sociedade brasileira. As promessas e otimismos exacerbados são sinais de expectativa constante, a prova cabal de que ainda não somos o que queremos ser.
É na hora de fazermos essa troca de tempo em tempo que vemos mais claramente que tudo que se reivindica agora já era para ter sido realizado. Os principais serviços públicos ainda são precários porque não se criou um modelo ideal de saúde, educação e segurança. Era para estarmos discutindo como aprimorar a excelência de nossas conquistas e realizações.
Por tantas vezes que nos convocamos para trocar as peças de nosso tabuleiro, o Brasil já seria uma nação próspera. Nossa economia, nosso PIB poderia inspirar outras administrações além fronteira.
Com relação aos principais personagens desse cenário ainda cheio de incertezas, convencionou-se criar a polarização entre o anjo e o demônio em busca do poder. São figuras que invertem seus papéis sistematicamente, demonstrando que caiu em desgraça esse velho expediente de alternância de poder.
O próprio tempo mostrou que esse negócio de cada um governar um pouquinho em nenhum momento sugere renovação. Muito pelo contrário, parece que o relógio para enquanto as velhas raposas se divertem no poder, ou com o poder para ser mais atual.
O desafio agora não é recuperar o tempo perdido, porque até isso dá errado na política quando aventam essa possibilidade. O grande lance é ir encurtando a distância entre o tempo da política e o tempo dos homens. A renovação da política está condicionada a essa aproximação.
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