Foi uma semana pra se guardar no lado esquerdo do peito, se a gente desconsiderar o caráter trágico de toda aquela movimentação em Petrópolis para que tudo volte à rotina normal.
Não tem como não destacar a ação isolada de uma turma extremamente dedicada, concentrada e humanamente envolvida em diminuir os efeitos da tragédia sobre todas as pessoas que só não perderam a vida, mas que precisarão desse suporte, de todo o tipo de ajuda para recomeçar.
Eu digo isolada porque corre à margem da ação oficial, da agenda governamental, que é aquela que efetivamente deveria se sobressair na agenda de salvamento e rescaldo nas localidades atingidas pelo temporal.
É gratificante e animador ver aquele exército de gente de todos os lados, as pessoas largando seus afazeres, suas cidades, suas casas, suas famílias e tudo mais para levar algo que possa aliviar o sofrimento de muita gente numa hora dessa.
No Rio e em outras cidades, postos de recolhimento de alimentos, água, roupas. Várias denominações religiosas convocando seus seguidores. Motoqueiros, voluntários em grupos ou individuais, pessoas munidas de pás e enxadas, ajudando na busca por desaparecidos, enfim, uma cruzada paralela às ações governamentais, que certamente vai contribuir para toda a operação em geral.
Dá até pra afirmar com muita segurança que a solidariedade nesses casos prevalece sobre os próprios expedientes que as esferas municipal e estadual precisam cumprir, cada um dentro de suas prerrogativas. Basta voltar lá atrás nos mesmos eventos já ocorridos, que agora se repete, justamente porque houve omissão, descaso ou pouco empenho no conjunto de ações que poderia a essa altura ter evitado toda essa tragédia.
Se por um acaso nada for feito mais uma vez, piorando ainda mais a situação, a única garantia é o olhar humano das pessoas comuns e instituições sempre prontas e preparadas para essas urgências, apesar dos compromissos e obrigações da prefeitura junto com os órgãos sob sua esfera de operar com políticas pertinentes à questão.
Quando vemos esse monte de gente em seu instinto de caridade em várias frentes, isso dá, não só a dimensão da tragédia, como revela que nessas localidades sempre carentes de serviço público não basta apenas a presença do braço armado do estado.
As imagens de toda essa ação de busca mostram as vísceras de problemas que vêm de várias gestões, mostra a necessidade de um pacote de medidas, que em todas as comunidades de todas as cidades é sistematicamente ignorada ao longo dos tempos.
Há um descaso para as necessidades básicas, além da burocracia em busca de soluções, fora a velha conhecida corrupção. Por isso, é preciso sempre pensar a solidariedade como uma ação edificante em todos os aspectos. É a solidariedade que ameniza as dores das mazelas humanas, suaviza a angústia das pessoas e traz conforto para as injustiças em geral.
Enfim, a solidariedade é uma mão que afaga.
Foto: ABC do ABC
Essas ações de solidariedade fazem recuperar nossa crença nos valores da sociedade em que vivemos, muito abalada diante do desgoverno atual.
ResponderExcluirQue haja sempre uma renovação nesse sentidos, amigão!!
ExcluirCoitado do povo brasileiro que depender da ajuda ou solidariedade de um governo nazifascista miliciano, homofóbico,que incentivou o próprio povo a não se vacinar em plena pandemia, riu chamando de gripizinha e não demonstrou em nenhum momento gestos de solidariedade para com as famílias que se despediam dos seus entes queridos que morriam. Parabéns ao povo brasileiro solidário!
ResponderExcluirViva o povo brasileiro, amigão!
ExcluirCorrigindo: gripezinha.
ResponderExcluirNosso povo é solidário,uma pena que nosso governo não seja,pois depender dos governantes o povo voea uma raça em extinção, salve o povo brasileiro!
ResponderExcluirAmo ler suas interpretações da realidade. Texto lindo! 👏🏼👏🏼👏🏼
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