domingo, 6 de fevereiro de 2022

O MACARRÃO

  

  Há também benefícios e vantagens nos exageros que a gente comete em oposição a essa velha falação de que tudo em excesso faz mal. Eu acredito até que muita gente, inclusive eu, deixou de fazer alguma coisa por medo de passar dos limites.
    Se eu fosse listar as coisas que eu deixei de lado nessas circunstâncias muita gente iria achar exagero de minha parte, mas eu também já tive muito cagaço de fazer alguma coisa e contrariar a sociedade, veja só.
    Fiquei pensando nessas coisas enquanto fazia um macarrão que eu prometi pra minha namorada. Ao longo dos tempos eu fui aprimorando fazer essa delícia que chegou a um nível insuportável de gostosura, tá pensando o quê? Tanto que a Margareth quando tem a oportunidade de degustar o macarrão chega até a exagerar.
  E não foi por outra causa que ela ficou empanzinada, me deixando até preocupado, já era tarde, enfim...mas, com um certo orgulho por deixá-la saciada de alguma forma, porque desse jeito o macarrão já se tornou uma alternativa de prazer, vai vendo. Não preciso nem falar quem poderia explicar esse negócio.
    Sem querer fazer confusão com teses e ideias já implantadas, dá até pra assegurar que o prazer também é relativo, ora bolas. Certamente, Einstein e Freud não se importariam com esse meu entusiasmo, muito pelo contrário, iriam usar a pança toda estufada da Margareth como campo de estudo e observação, e eu tendo que explicar pros caras quais critérios eu utilizei com cálculo e tudo.
   Os malucos fariam da minha receita de macarrão uma nova fórmula de matemática, sei lá...eu prefiro de química, que combina mais com essa vibe entre mim e a mina. Até porque misturar molho, tempero e amor em proporções devidamente calculadas é uma disciplina considerável e aconselhável para quem se permite criar novos sabores pras suas vidas. E se esses malucos estudiosos não levam esses ingredientes pro laboratório, só lamento, meu camarada. Eu acho até que isso poderia mudar o destino da humanidade, se se pudesse eliminar a margem de erro de algumas decisões, mas isso é outro assunto.
     De qualquer forma, isso serve pra quem fica com medo de se deliciar com alguma coisa que pode eventualmente mudar no dia seguinte a silhueta e o humor, tudo junto e misturado. E para legitimar a qualidade do macarrão que eu preparo, independente do exagero e da modéstia, eu me sinto aliviado e realizado por ela não carregar alguma culpa pro dia seguinte, quando tudo que geralmente fica em excesso é geralmente eliminado compulsoriamente, naturalmente, sem stress.
  E como a mina não reclamou de nada ao amanhecer, dos efeitos daquele jantar altamente substancioso, eu logo atestei e conclui que o macarrão lá de casa não é de se jogar fora, beleza.

11 comentários:

  1. Adoro macarrão e fiquei curiosa pela sua receita rsrsrsr

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  2. Se é o da foto, a cara tá ótima!
    👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

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  3. Humm Miguel,esse macarrão deu água na boca kkkk

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  4. Essa tal Margareth tem sorte ,não acha ?🤣🤣

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  5. Miguel, bom cronista eu sabiam, mas cozinheiro de primeira...fiquei sabendo agora.

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    1. Procurando sempre preencher o tempo, amigão!!!😃🤣

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