quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

BANDEIRA BRANCA, EU QUERO PAZ


 Eu escrevi aqui nesse espaço que não haveria guerra, entendendo o conflito num âmbito global, envolvendo, obviamente, vários países, dividindo o mundo ao meio, sangrando e matando as pessoas de ambos os lados.
     Apesar do envolvimento de alguns países no aspecto político e econômico do conflito com promessas de retaliações e embargos de toda ordem, não há, pelo menos enquanto vou escrevendo por aqui, algum indício de que essa invasão da Rússia à Ucrânia vá tomar contornos mundiais.
    As próprias nações que sinalizam as retaliações afirmam ficar só nisso, ou seja, sem nenhuma intervenção de caráter militar. As experiências anteriores das grandes guerras certamente trazem a ideia das dificuldades de cada um se reconstruir e retomar suas vidas em meio aos escombros, além da quebradeira geral nas finanças de todos os envolvidos, como consta nos livros de História.
    A primeira preocupação diante de uma guerra é a perda de vidas humanas como motivo de angústia e tristeza por parte de qualquer cidadão, independente de sua bandeira, de seu país, de sua origem. É isso que vai fazer a gente torcer para que tudo seja passageiro e tenha o menor efeito na vida das pessoas, como mostram as manifestações pelo fim da guerra.
    Só que há uma realidade em curso que vai ter de ser encarada como tal. Então, a gente volta lá pra trás e vê o quanto velhas questões ficam mal resolvidas no passado e acabam tendo reflexos nas gerações futuras.
    Não é de hoje que há focos de tensão dentro da Ucrânia de grupos que vivem esse tempo todo alimentando projetos de resistência, separatismo e sabotagem do status quo local, sem que o governo, nas administrações anteriores, tenha criado mecanismos que pudessem sufocar e reprimir esses movimentos lá na sua origem. É certo que isso vem dos tempos da fragmentação da União Soviética e foi se fortalecendo cada vez mais até chegar a esse ponto.
     Ninguém vai deixar de lamentar as mortes e a destruição na Ucrânia, mas tudo isso poderia ser evitado em paralelo ao crescimento do país depois de sua independência, mas parece que um contingente considerável plenamente alinhado à Rússia dentro do território da Ucrânia ao longo desses anos com certeza dificultou uma ação nesse sentido.
    A própria anexação da Crimeia, em 2014, pela Rússia, deu uma mostra da fragilidade da Ucrânia frente ao governo de Vladimir Putin. Agora, fica difícil uma situação de perda de mais duas regiões, Donetsk e Luhank, também alinhadas à Rússia, que além de seu poderio militar, ainda se cercou, segundo analistas, de garantias quanto a um provável embargo econômico.
    Mesmo que essas retaliações se confirmem, isso não traz ânimo nem esperança para quem condena o ímpeto de Putin, pois esse processo gera crise de qualquer forma, já que as economias dos países estão interligadas em nível global, incluindo a Rússia, a maior produtora de trigo no mundo, o que permite ver o efeito negativo de limitações ao governo russo.
    Pra quem fica aqui de fora acreditando numa nova mentalidade baseada em experiências do passado, só nos resta esperar o hasteamento da bandeira branca.

Um comentário:

  1. Tb quero paz . Estou triste pela situação , mas feliz demais em ver vc produzindo. Parem a guerra! E quanto a vc digo: Avante!

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