Já se imaginava que a seleção brasileira não teria nenhuma dificuldade para vencer o Japão nesse primeiro jogo. Embora tenha evoluído bastante, o país do sol nascente ainda vai demorar para chegar ao nível de uma grande seleção. E pelo pouco perigo que a equipe asiática representou para o Brasil, esse jogo ainda não pode ser considerado um grande teste de fogo para Luiz Felipe Scolari.
Mesmo com uma competição tão curta como a Copa das Confederações, há equipes com um padrão de jogo mais definido, como a Espanha, a Itália e o México. Coisa que o Felipão ainda não conseguiu acertar. Mas se o técnico brasileiro ainda tem um ano para chegar a alguma conclusão até a Copa de 2014, qualquer revés agora só terá implicações em seu futuro à frente da seleção se ele não definir o time até o final do torneio.
Pelas mudanças que Scolari promove ao longo do jogo, ainda é visível o seu excesso de cautela na parte defensiva da equipe. Enquanto nas outras seleções os armadores e atacantes têm também o poder de marcação, o técnico do Brasil ainda tenta brotar dos pés dos volantes a arte que poucos têm de criação.
Os próximos adversários da seleção, México e Itália, independente dos resultados nesses dois jogos podem fazer Luiz Felipe Scolari rever seus conceitos, pela desenvoltura de uma forte equipe enfrentando a seleção brasileira; ou sacramentando de vez a sua teimosia, considerando que pode ser pior ano que vem.
De qualquer forma, um resultado negativo agora não chega a ser uma grande tragédia, pelo menos para os jogadores, principalmente aqueles de quem se espera um grande feito, como Neymar, por exemplo, que não pode jamais evoluir pela seleção como se fosse o salvador da pátria. Primeiro porque esse conceito já caiu por terra há muito tempo no futebol mundial, e segundo porque Neymar é um craque emergente no cenário internacional, com pouca ou nenhuma experiência em disputas de peso.
Não que eu não ache que Neymar possa decidir uma partida. Eu só acho que o garoto agora do Barcelona não pode carregar todo esse peso sozinho, até porque seus companheiros, seja no setor defensivo ou ofensivo, também não têm grandes bagagens no cenário internacional. E em todas as edições de Copa do Mundo em que o Brasil saiu vitorioso, os jogadores brasileiros que se destacaram, decidindo a parada, ou já tinham certas milhas de rodagem, ou atuaram ao lado de outros expoentes.
Para quem gosta de fazer comparações, basta lembrar que Romário e Ronaldo Fenômeno se destacaram em 94 e 2002, respectivamente, depois de longas temporadas em outras praças, além de disputarem uma Copa do Mundo ao lado de outros jogadores tarimbados.
Na última edição, em 2010, o Dunga delegou a tarefa de trazer o caneco ao Kaká e ao Robinho, deixando de fora, por pura birra, o mais experiente naquela ocasião: Ronaldinho Gaúcho, o mesmo que agora poderia contribuir com a seleção, tirando o peso das costas de Neymar, e municiando o ataque com seu companheiro no Atlético Mineiro, Jô, que entrou muito bem na partida de estreia e está em melhores condições físicas que Fred, visivelmente abaixo de seu nível técnico.
Eu ainda acho que o Ronaldinho Gaúcho pode aumentar o poder de fogo da seleção, auxiliando em campo os meninos que chegaram agora.
O futebol de hoje já não permite mais essas dúvidas na cabeça de técnico. Ainda mais o Felipão que já rodou bastante.
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