Ampliando o debate acerca do desenvolvimento das grandes cidades, há muito já saturadas pelo êxodo rural, eu escrevi que as prefeituras têm dificuldades para implementar altos projetos, principalmente de mobilidade urbana, pela centralização de investimentos em áreas já saturadas pelo contingente populacional no seu deslocamento diário.
É claro que importantes projetos como o Porto Maravilha e a revitalização do centro da cidade trará benefícios para o Rio de Janeiro, mas se a prefeitura não implantar um modelo de transporte público integrando os três modais, ônibus, trens e metrô, adequado à demanda crescente que se fará presente nos traçados à aquela região, não demorará muito para que tudo esteja saturado novamente.
Além do mais, não é de hoje que a cidade do Rio de Janeiro comporta um contigente considerável de pessoas vindo da região metropolitana, diga-se Niteroi, São Gonçalo e Baixada Fluminense. Por falta de oporunidades e baixo potencial de trabalho e renda, a população dessas localidades acabam contribuindo com o gargalo da malha viária e ferroviária, o que pode fazer com que o mais moderno modelo de mobilidade urbana entre em colapso em curtíssimo tempo.
Aproveitando que o prefeito, o governador e a presidente enchem a boca para comemorar a saudável parceria entre as três esferas de governo, o momento é propício para traçar planos e estudos de um amplo empreendimento voltado para essas regiões vizinhas à cidade do Rio, de modo que se fixe em seus locais de origem uma parcela suficiente para desafogar o trânsito do Rio de Janeiro, e ao mesmo tempo melhorar a qualidade de vida de toda a população nos serviços de transporte urbano.
A questão da mobilidade urbana vai muito mais além de lampejos de prefeitos maquiadores, e só trará resultados positivos quando estiver inserido no programa de sustentabilidade de todo o estado do Rio de Janeiro.
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