A questão da saúde pública, oportunamente reivindicada nos protestos pelo Brasil, não se limita a equacionar essa grande mazela nos três âmbitos em que ela é deficiente. Além do reaparelhamento de hospitais, contratação de médicos cubanos e ampliação dos cursos de medicina, é preciso considerar alguns aspectos que devem ser levados em conta à medida em que se for ampliando esse debate em torno do assunto.
Assim como na área da educação, segurança e transporte, o inchaço das grandes cidades compromete e dificulta a implementação de políticas públicas, pela falta de projeção do poder público com relação ao contingente populacional, cujos índices a municipalidade contribui, não só quando prioriza uma região da cidade em detrimento de outra, por conveniência; ou quando permite, principalmente em gestões anteriores, a ocupação indevida do solo urbano sem nenhum controle, em processos já recorrentes de proliferação de comunidades carentes.
Se formos ampliar a discussão num plano ainda maior, com vistas ao futuro dos grandes centros urbanos, nunca é demais lembrar que em 2011 representantes do mundo inteiro se reuniram aqui no Rio para discutir a questão da sustentabilidade sob o ponto de vista do meio-ambiente. Não me parece que esse elemento importante esteja inserido nos projetos educacionais, de segurança pública e mobilidade urbana.
E no campo da saúde pública também não é diferente, considerando que relevantes projetos ainda se arrastam, no momento em que poderiam fortalecer o desenvolvimento das cidades e, assim, trazer o bem-estar para a população.
Tenho tocado sistematicamente no projeto de despoluição da Baía de Guanabara e da Lagoa de Jacarepaguá, entendendo que todo e qualquer esforço para reverter os indicadores da saúde pública no Rio de Janeiro não poderão desconsiderar estes dois importantes projetos que no planejamento de infraestrutura urbana ainda inclui tratamento de água e esgoto no estado do Rio de Janeiro.
São linhas de ações distintas que só poderão ser fundamentadas com a integração das três esferas de governo, em que, ainda que respeitando as especificidades de cada região poderiam servir de modelo no plano nacional.
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