terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Rio 450 graus


   Pela efervescência de uma grande cidade seria até normal que o Rio atingisse níveis insuportáveis de temperatura. A própria rotina dos cariocas, seja em instantes de lazer ou na labuta diária, já põe a cidade quase em ebulição.
   Mas é no constante deslocamento casa-trabalho-casa que a população sofre na pele as agruras de se deslocar pela cidade em alta temperatura e pressão. É no rush dessa metrópole em frequente estado de fervura que as mazelas do serviço de ônibus acabam por torrar a paciência da população.
   Ao longo dessas 450 primaveras a cidade maravilhosa também passou por tantos outros verões, sem que as delícias e o glamour da cidade do Rio de Janeiro reproduzissem mais e mais conforto e bem-estar para quem teve o privilégio de nascer e viver por aqui.
   Na mesma escalada dos termômetros da cidade aumentam também as incertezas e a expectativa de um dia a cidade do Rio adequar os principais serviços públicos oferecidos à realidade dos ventos que sopram e ardem seu relevo.
   Pelo tempo que essas empresas operam o serviço de ônibus no Rio, já deu tempo, recursos e tecnologia suficientes para climatizar os coletivos de acordo com a situação sazonal da cidade. O que faltou foi o pulso firme do poder público para fazer valer as regras que constam no edital de concessão do serviço.
   Assim como em 2013 o grupo político do prefeito Eduardo Paes rechaçou qualquer possibilidade de abertura da CPI dos Ônibus, hoje, segundo cálculos de especialistas, o aumento da tarifa agora sancionado é uma aberração, mesmo com a promessa de instalação dos aparelhos de ar condicionado em tempo hábil.
   Portanto, a propaganda que o prefeito vai fazer pelo aniversário da cidade do Rio não condiz com o atual retrato do Rio de Janeiro que vai cada vez mais ardendo no verão e fervendo de problemas.

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