Pelas resenhas que foram apresentadas tão logo esgotaram as chances de a seleção brasileira prosseguir na disputa pela Copa do Mundo, a velha narrativa de como se comportou a equipe no Catar já dá o tom do tempo que ainda vai durar a filosofia do velho esporte bretão no Brasil.
Os caras ficam discutindo por que o Neymar não iniciou a cobrança de pênalti; por que o Tite escalou neguim machucado, meia bomba; de quem é a culpa e por aí vai, e blá blá blá... Eu mesmo pergunto por que o Tite também foi escalado para essa Copa novamente.
Bom, se ao longo das últimas três ou quatro edições de Copa do Mundo a seleção brasileira jogou com algumas figurinhas repetidas, inclusive o próprio Tite, é porque não houve desejo algum de fazer as mudanças que colocasse a seleção brasileira no mesmo patamar de seus concorrentes.
Como deu para observar, equipes sem tradição no futebol, apenas figurando nas competições lá atrás, agora começam a bater de frente, pois já investem com tecnologia, formação e conhecimento, incorporando o que há de melhor.
E a nossa seleção? A seleção brasileira há muito tempo está aquém do que já representou um dia. Nem essa molecada que vai surgindo e se destacando aqui no Brasil é suficiente para mudar esse cenário de vexame.
Agora, olha só. Quando eles vão jogar no exterior em grandes clubes eles evoluem na carreira, arrebentam, porque lá os treinadores sabem explorar o potencial de uma promessa que surge. Os caras têm uma visão diferenciada, evoluída sobre como formar um grupo forte, competitivo.
Nessas mesmas Copas em que o Brasil definhou já eram nítidas as mudanças nas outras praças do futebol. Há hoje todo um procedimento diferente.
Agora mesmo no Catar, foi possível ver cada vez mais equipes adotando táticas diferentes na forma como ocupam os espaços do campo, preparação física em alto nível; disciplina tática, conexão entre os setores do campo. Claro, é uma agenda conhecida no futebol, mas com um desenho mais moderno e evoluído dentro das quatro linhas.
Eu não queria falar sobre a escalação da seleção para o Catar, porque há discussões mais importante a serem feitas, mas qualquer treinador como um mínimo de profissionalismo e bom senso olharia com bons olhos os times que mais se destacaram aqui dentro da nossa casa. Em outros tempos o Flamengo e o Palmeiras seriam facilmente a base da seleção por tudo que essas equipes apresentaram nos últimos anos.
Isso é uma outra questão que precisa ser resolvida. O campeonato brasileiro bombando, revelando promessas, confirmando talentos já conhecidos e o técnico da seleção brasileira, com o aval da CBF, adota outros critérios cheios de interesses, suspeição, para formar uma seleção minimamente competente.
Eu acho que a sociedade, a parcela que curte futebol, tem de começar a cornetar essa gente em prol de mudanças profundas, tipo essas hashtag da vida ai, e renovar as cabeças pensantes do futebol brasileiro.
Chega de figurinhas repetidas.
Foto: O Globo
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