quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

O JOGO É JOGADO


   A Copa do Mundo do Qatar chegando ao fim, a final da disputa já confirmada entre Argentina e França e a expectativa de mais um jogo eletrizante pra terminar o torneio em alto nível. Serão 64 jogos completados que ao todo oscilaram entre muitos jogaços e outras tantas peladas brabas também.
    Mas foi bacana. Eu acho até que foi a Copa mais esquisita que já rolou. Primeiro porque foi no fim do ano, diferente das outras edições. E num país sem tradição no futebol, mas que foi escolhida dentro da esfera política da Fifa.
     Isso mesmo, o órgão máximo do futebol tem politicagem também, tá pensando o quê? A Fifa tem um mapa diferente desse que todo mundo conhece. A entidade, inclusive, tem mais países congregados que a ONU. A geopolítica do futebol é outra coisa. Algumas seleções jogam com atletas de outras nacionalidades com técnicos que às vezes também falam outro idioma, mas no final todo mundo se entende, porque o futebol é assim mesmo, mágico e universal.
    E agora, se o Qatar tem uma posição e uma importância diferentes na globalização, no ambiente político tradicional, no cenário do futebol está num patamar bem considerável, em que dirigentes locais, assim como em praticamente toda a comunidade árabe, já investem pesadamente em futebol.
    Essa gente não se limita apenas em criar infraestrutura moderna e atraente para a prática do futebol dentro de seus domínios. Os caras adquirem, compram clubes europeus, formando grandes equipes pra fazerem frente nas disputas do continente e em nível nacional.
    Aliás, vamos combinar que é do Qatar o empresário dono do Paris Saint-Germain, clube francês por onde atuam os dois astros que vão se enfrentar na final, o Mbappé pela França, e o Lionel Messi pela Argentina.
     É uma coincidência que se não causar muita perplexidade no universo dos boleiros, vai certamente garantir um espetáculo maravilhoso de um futebol de alto nível, pois, deixando um pouco a politicagem de escanteio, os dois finalistas dessa Copa do Mundo no Qatar foram realmente os melhores, aqueles que menos maltrataram a bola, e tanto o craque francês quanto o argentino, como se dizia antigamente, são os caras que chamam a bola de você, seja em qual for o território onde rola o jogo.
    Todo mundo que se ocupa do futebol hoje, quem joga, quem administra, quem comenta, quem dá palpite fala da evolução do futebol de uma forma espetaculosa, midiática, quando na verdade os próprios fundamentos do futebol, que são a base da modalidade, é que precisam ser constantemente aprimorados.
    Tem jogador que parece treinar passe, chute a gol e dribles em vídeo games depois que acaba o treino em campo. Com o joystick na mão o cara bate escanteio e corre pra cabecear. Só que o futebol ainda não é virtual, o jogo é jogado mesmo. E é isso que a gente espera ver em mais uma final de Copa do Mundo.
    Eu aposto que sim, quer valer?


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