Não tem jeito. A gente está sempre tendo que bater um papo com o médico periodicamente, mesmo que não haja alguma coisa que tenha de ser investigada pelo doutor.
É uma preocupação quase que desnecessária, no momento em que você se sente bem, mas de tanto ver alguém próximo falando e alertando que pode ter algo que a gente não sabe, enfim, aí você se arruma e vai munido de exames e uma série de preocupações e perguntas que a gente joga nos peitos do médico, e ele, candidamente, responde cada uma com aqueles dois monossílabos conhecidos.
Tanto o sim como o não são formas de te tranquilizar e eliminar aquele pânico que qualquer um sempre leva para o consultório, principalmente quando você vê essas linhas aí de cima cheias de oscilações. Em cada parte do trajeto que a linha vai fazendo há movimentos diferentes. Não há simetria alguma em todo aquele processo. Tem uns intervalos bem estranhos, uns sobressaltos, isso é grave, doutor?
É claro que qualquer um sai daquele lugar com a alma renovada, quando o cara fala que no meio de todo aquele emaranhado de números, dosagens, índices e valores de sangue, urina está tudo normal, sem problema, relaxa.
Quanto às linhas tortas, para de neurose, cara. É o que certamente diria o médico se ele deixasse um pouco de lado aquela formalidade pra falar. Eu penso que ele até quer ser assim menos pragmático, mas a profissão exige uma certa seriedade com o paciente. Não fosse isso, ele de repente até faria daquela mesinha um balcão de boteco e abriria uma pra comemorar ali na hora, ou então marcaria uma resenha lá na Lapa, olha só.
E eis que nossas vidas têm também aquelas linhas com deformações de toda ordem. Realmente, não poderia ser tudo retinho do começo ao fim. No próprio equipamento do hospital, quando aquela linha se estabiliza sem pulsações pra cima ou pra baixo é o fim da linha de fato.
Pois é, que graça teria se o seu, o meu, o nosso caminho não tivesse uma curva logo adiante, uma pane no percurso, um contratempo qualquer que te obriga a fazer uma manobra de última hora, porque surgiu um fator surpresa?
Isso, num cenário emergencial, porque nos momentos de calmaria e no tempo adequado você vai mesmo é chutar o pau da barraca como estratégia de defesa, ou apertar o bom e velho botão do foda-se como meio de sobrevivência. Se o médico sabe disso e não pode recomendar por conta da ética profissional, tudo bem, mas o melhor é que são alternativas com eficácia comprovada.
No mais, eu vejo mais sabedoria quando o médico recomenda a cada um eliminar suas crises e conflitos do que te entupir de remédio.
Maravilhoso
ResponderExcluirBom dia! ☕🙏
ExcluirDeveria ser publicado
ResponderExcluirOba!! Bom dia!☕🙏
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