Esse escândalo em São Paulo, de formação de cartel, envolvendo o PSDB, certamente vai tomar proporções de disputa eleitoral, pela forma com que está sendo conduzido, pela mídia, inclusive, com batalhas de acusações e a inevitável comparação com o caso do mensalão.
Tão importante quanto descobrir a participação de funcionários públicos no esquema, o fato é que o processo de investigação deveria levantar uma outra questão que vai mais além do precário serviço que o setor oferece.
É difícil acreditar que essas relações duvidosas entre empresas estrangeiras fiquem restrita à cidade de São Paulo, no momento em que outras praças também estão envolvidas em processos de expansão das malhas ferroviária e metroviária.
A dúvida que fica é saber por que a administração pública opta por adquirir bens e serviços oriundos do exterior num momento de crise que afeta a economia brasileira, como reflexo do desequilíbrio financeiro das grandes nações.
Não custa lembrar que esse clima de salve-se-quem-puder da economia global obriga qualquer modelo de gestão de crise e solução imediata investir diretamente no parque industrial como instrumento de aquecimento econômico, via crescimento dos meios de produção e poder de compra da população.
Por isso, mais do que nunca, seria interessante que o governo brasileiro, em parceria com as unidades da federação, subsidiasse as empresas brasileiras de metalúrgicas e siderúrgicas para a fabricação dos veículos desses modais, atendendo com eficiência a demanda dos projetos de construção e modernização das redes de trem e metrô pelo país, resolvendo, mesmo em números tímidos, a questão de trabalho e renda no Brasil.
Mesmo suscitando as velhas dúvidas e incertezas que marcam os processos licitatórios, ficaria mais fácil para os órgãos competentes, pela proximidade em âmbito nacional, fiscalizar todo o processo de comercialização de bens e serviços, através de instrumentos eficazes e transparentes que os Tribunais de Contas e Ministério Público poderiam acompanhar desde a origem.
Pela urgência de reestruturação do país, não cabe mais essas picuinhas de corporativismo e interesses escusos, principalmente na área de infraestrutura que mais carece do esforço de todos para a construção de um Brasil mais viável para a população.
Os grandes empreendimentos do país sugerem a mesma seriedade com que as grandes massas saíram às ruas para reivindicar os grandes feitos da administração pública, sem depender de CPI, nem ficar à mercê de cartéis.
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