A iniciativa do governador de São Paulo Geraldo Alckmin de chamar representantes da sociedade civil para acompanharem as investigações sobre as suspeitas de formação de cartel nos expedientes de compra de equipamentos, manutenção e demais serviços no setor de transportes ferroviário e metroviário daquela cidade não é mais que obrigação do executivo paulistano em trazer à luz da sociedade total transparência nos contratos firmados entre o governo e a iniciativa privada.
Justamente os serviços de transportes públicos, cuja precariedade suscitou a ira de manifestantes em todo país, merece atenção redobrada por parte do poder público com a maior seriedade possível, para que a população comece a enxergar sinais de responsabilidade em processos de que envolvam a velha parceria entre órgãos públicos e grupos privados.
Isso é apenas o primeiro passo para que se vislumbre novos horizontes nos serviços públicos oferecidos à população, porque, ainda que haja completa lisura nos processos licitatórios da administração pública, é preciso garantir a excelência dos serviços prestados.
Apesar de todo esforço e boa vontade demonstrados pelo governador de São Paulo para apurar as responsabilidades, em nenhum momento Geraldo Alckmin deve se eximir de culpa no escândalo. Se ficar provado que funcionários públicos de qualquer escalão obtiveram vantagens em atos ilícitos de sua administração, significa que o chefe de executivo de São Paulo não tem qualquer controle sobre as práticas, legais ou não, sob sua gestão.
Por isso, o nível de culpa do governador reside no simples fato de ter deixado passar despercebido os desvios de conduta de seus subordinados, o que afeta, num primeiro plano, não só a figura do governador como também do PSDB, caso se confirme a extensão dessa prática ilícita nas gestões anteriores do governo de São Paulo sob a bandeira do partido.
Mesmo que a população local consiga separar a responsabilidade de Alckmin e a conveniência do PSDB, há três mandatos à frente do governo, os próprios integrantes da sigla devem se posicionar para que tudo fique esclarecido e tragam as respostas que todos esperam. Mas sem corporativismo, sem a velha blindagem que costuma ocorrer nesses malfeitos.
O povo de São Paulo certamente estará de olho, porque em matéria de dúvidas, incertezas e protestos, São Paulo não foge à regra.
As lentes da tv "não chegam" até o PSDB, infelizmente. Há anos no poder - fazendo das suas como qualquer partido - eles sempre conseguem se "livrar" do foco. É a mídia que não corre atrás, o MP que deixa pra lá e o judiciário que não faz nada. Sempre!!!
ResponderExcluirMas um dia, quem sabe, eles caem do cavalo. Vale lembrar que em Minas Gerais, um senhor bonito de terno, gravata e barba feita chamado Aécio Neves também está sendo acusado por desvios na saúde - dos brabos.
Será que vão filmar dessa vez?? Duvido!!