domingo, 8 de dezembro de 2013

A ira do torcedor

   As imagens desagradáveis que o Brasil inteiro presenciou no jogo entre o Atlético Paranaense e o Vasco da Gama revela com exatidão a desorganização do futebol brasileiro em todas as suas nuances.
  Não é de hoje que são registradas cenas lamentáveis de selvageria entre torcedores e ninguém até hoje tomou providências para que se elimine de vez a violência nos estádios de futebol. 
  Nem o advento do Estatuto do Torcedor foi o suficiente para trazer segurança nas arquibancadas e no entorno dos estádios. Toda vez em que dirigentes são responsabilizados sobre confrontos de torcidas, estes sempre imputam a culpa nas forças de segurança local, a polícia, que tem sempre um discurso pronto para se eximir de culpa também.
  Já o torcedor brigão, ou marginal, como queiram, também tem suas garantias de que tudo continuará como antes. Qualquer processo que implique uma eventual punição corre sempre no âmbito da justiça comum, cujas letras, parágrafos e incisos oferecem uma infinidade de atalhos para que o infrator seja sempre beneficiado.
  Quando aqueles torcedores do Corinthians provocaram a morte do menino em Oruro, na Bolívia, só houve punição por parte da justiça daquele país. Aqui, muito pelo contrário, além de não ter tido nenhum tipo de discussão acerca desses absurdos, pasmem, um integrante daquele grupo preso na Bolívia foi flagrado novamente num confronto com torcedores rivais, no Estádio Mané Garrinha, em Brasília.
  No caso específico desse incidente em Joinville, entre a torcida do Atlético Paranaense e do Vasco da Gama, certamente vai haver aquele velho jogo de empurra entre dirigentes e a polícia local acerca da segurança do evento, sem, é claro, nenhuma perspectiva de que alguém vai ser responsabilizado, enfim.
  Ao final de toda temporada do futebol brasileiro, há sempre um balanço de tudo que ocorreu o ano inteiro dentro da seara do velho esporte bretão. E essa questão da violência que assola o futebol do Brasil fica sempre para uma outra ocasião.
  Com isso, a impunidade continua com cadeira cativa no futebol brasileiro.
  Desse jeito, não há como aplacar a ira do torcedor.

  

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