A África do Sul não é o único país
onde o separatismo culminou em grandes conflitos, assim como a exclusão não
ficou restrita apenas à questão racial.
Mas foi na África do Sul onde
nasceu o grande líder a conduzir com sabedoria a bandeira contra a barreira do preconceito
que chegou a extremos em outras nações também.
A liberdade, igualdade e fraternidade,
tão propaladas em revoluções de outrora, principalmente na Revolução Francesa,
não chegaram a desenhar novos horizontes porque os baluartes daquela revolta
apenas tomaram para si as rédeas de um sistema extremamente excludente das mãos
da monarquia e da Igreja.
As feridas do colonialismo e
da escravidão deixaram cicatrizes em todos os recantos de população
afrodescendente, inclusive no Brasil.
E se na África do Sul o
apartheid não foi totalmente erradicado, pelo menos a luta de Nelson Mandela
não foi em vão, haja vista o mapa geopolítico implantado naquele país após
sangrentas batalhas e do poder de diálogo do maior líder político da era
contemporânea.
Além da mensagem de paz e
tolerância, Nelson Mandela deixou um exemplo a ser seguido por todas as nações
envolvidas nessas diferenças de etnias e classes. Nenhum país poderá atingir um
nível considerável de desenvolvimento humano e social enquanto perdurar essas
divisões que o atual sistema insiste em perpetuar.
Qualquer projeto de cunho social,
político e econômico só terá progresso quando as mudanças propostas
estabelecerem oportunidades sem privilégios e exclusões. Numa dimensão global,
o próprio continente africano precisa estar inserido nas mudanças desse atual
modelo de economia mundial arcaico, protecionista e corporativista.
Portanto, apaguem-se dos
anais da história todas as revoluções que não mudaram o rumo das coisas e
eternize nas mentes humanas a revolução de quem nunca se sentiu inferior,
apenas igual.
Nelson Mandela ontem, hoje e
sempre. Porque a luta continua.
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