sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Mandela nas mentes humanas

   A África do Sul não é o único país onde o separatismo culminou em grandes conflitos, assim como a exclusão não ficou restrita apenas à questão racial.
  Mas foi na África do Sul onde nasceu o grande líder a conduzir com sabedoria a bandeira contra a barreira do preconceito que chegou a extremos em outras nações também.
   A liberdade, igualdade e fraternidade, tão propaladas em revoluções de outrora, principalmente na Revolução Francesa, não chegaram a desenhar novos horizontes porque os baluartes daquela revolta apenas tomaram para si as rédeas de um sistema extremamente excludente das mãos da monarquia e da Igreja.
   As feridas do colonialismo e da escravidão deixaram cicatrizes em todos os recantos de população afrodescendente, inclusive no Brasil.
   E se na África do Sul o apartheid não foi totalmente erradicado, pelo menos a luta de Nelson Mandela não foi em vão, haja vista o mapa geopolítico implantado naquele país após sangrentas batalhas e do poder de diálogo do maior líder político da era contemporânea.
   Além da mensagem de paz e tolerância, Nelson Mandela deixou um exemplo a ser seguido por todas as nações envolvidas nessas diferenças de etnias e classes. Nenhum país poderá atingir um nível considerável de desenvolvimento humano e social enquanto perdurar essas divisões que o atual sistema insiste em perpetuar.
   Qualquer projeto de cunho social, político e econômico só terá progresso quando as mudanças propostas estabelecerem oportunidades sem privilégios e exclusões. Numa dimensão global, o próprio continente africano precisa estar inserido nas mudanças desse atual modelo de economia mundial arcaico, protecionista e corporativista.
   Portanto, apaguem-se dos anais da história todas as revoluções que não mudaram o rumo das coisas e eternize nas mentes humanas a revolução de quem nunca se sentiu inferior, apenas igual.
  Nelson Mandela ontem, hoje e sempre. Porque a luta continua.

   

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