A prefeitura do Rio anunciou
novo aumento do preço das passagens de ônibus, como parte dos procedimentos com
os quais estamos acostumados a conviver no apagar das luzes do final de ano.
Independente do reflexo que
isso pode ter nas ruas, como aconteceu recentemente, o Sr. Eduardo Paes tem
contas a acertar com a população. Quando houve toda aquela pressão para a Câmara
dos Vereadores investigar transparentemente o serviço que as empresas de ônibus
prestavam para a cidade, em nenhum momento o prefeito se dispôs a contribuir
com as informações que o legislativo municipal precisava para conduzir os trabalhos
daquela Casa.
No auge da composição da CPI
dos Ônibus, ele apenas se limitou a creditar aos vereadores da Comissão a
responsabilidade pelos trabalhos que a população exigia, no momento em que os
integrantes da CPI não representavam o grupo ideal para a conclusão dos
trabalhos, pela ligação direta que os nobres condutores tinham com o executivo
municipal.
Com o esfriamento das
manifestações, a CPI dos Ônibus acabou não prosseguindo, e tanto a prefeitura,
como a Câmara dos Vereadores ficaram devendo à sociedade as respostas que
poderiam esclarecer as causas da ineficiência do principal sistema de
transporte terrestre da cidade do Rio de Janeiro.
Agora, o Tribunal de Contas do
Município vem alertando a prefeitura sobre a majoração dos preços das passagens
dos ônibus, cujo sistema passa por uma análise do plenário do TCM, que não
consegue concluir a auditoria dos serviços desse modal por falta de dados que a
municipalidade e as empresas de ônibus ainda não encaminharam ao Tribunal, como
relata o presidente do órgão, Thiers Montebello, que acrescenta ainda que nessa
apuração que o TCM realiza inclui-se também a qualidade do serviço, além das contas
do setor.
E o próprio conselheiro do
órgão, Ivan Moreira, declarou que além da dissonância com a prefeitura, há
também dificuldades em se captar informações junto às empresas, o que levou o
conselheiro à conclusão bem pessimista sobre a questão. Em reportagem para o
jornal O Globo, dia 21, Moreira não se furtou a descrever o cenário que ilustra
a área de atuação dos ônibus na cidade. Segundo ele, “Não parece possível negar
que há irregularidades e obscurantismo nessa modalidade de serviço público”.
Se a CPI dos Ônibus não se libertou do
corporativismo que costuma imperar nas casas legislativas, pelo menos o
Tribunal de Contas do Município faz valer sua independência em prol da
população do Rio de Janeiro, tramitando com a lisura que a opinião pública
sugere na prestação de contas à sociedade.
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