quarta-feira, 9 de julho de 2014

Vergonha nacional



  O mínimo que Luiz Felipe Scolari poderia fazer depois de tamanho vexame foi assumir o mea-culpa após o jogo, talvez o único ponto positivo de quem tinha a responsabilidade de conduzir um grandioso projeto para o futebol brasileiro, considerando os novos ventos que já sopram em outras praças, como ficou provado nessa fatídica partida que mostrou o nível a que chegou o futebol da Alemanha nos últimos tempos, tanto que é de lá, daquele país, o melhor time do mundo atualmente.
  Mas, desde o momento em que Felipão não consegue explicar as escolhas que fez, sobretudo as alterações no time ao longo dos jogos, ele simplesmente demonstra que não tinha um padrão ideal para a seleção brasileira, capaz de fazer frente a uma equipe de grande porte.
   Nesse sentido, pode-se concluir que o Felipão não tinha competência para dirigir a seleção brasileira, justamente por não ter atualizado seu currículo de técnico vencedor em outras disputas. Com os jogadores que ele tinha em mãos, possivelmente outro técnico com visão mais ampla do que se passa no futebol atualmente evitaria, no mínimo, um desastre como esse.
  Pelo nível do futebol praticado em território brasileiro, como mostra o Campeonato Brasileiro, interrompido por causa da Copa, nenhum treinador do Brasil se mostra à frente de seu tempo. Os que atravessam a fronteira para dirigir outras equipes só atuam em praças onde o futebol ainda engatinha.
   O que não quer dizer que um treinador brasileiro não possa acompanhar a evolução do futebol. Acontece que na maioria das vezes as comissões técnicas são instruídas a trabalharem de acordo com a política dos clubes, o que não é diferente em se tratando de CBF, cuja filosofia extremamente arcaica, desde gestões anteriores, pode ter inibido o trabalho de outros treinadores, não se sabe. Se o Felipão também foi vítima do sistema, agora é tarde.
   O que não pode é um plano mal traçado, sem planejamento, expor ao ridículo jogadores de talento reconhecido, como esse grupo que foi convocado para o hexa.
   A reestruturação do futebol brasileiro deve começar pela cúpula da CBF, aposentando de vez o seu velho conservadorismo e reconhecendo que não somos mais os melhores boleiros.
   Para que outras gerações não tenha esses dissabores que o futebol também proporciona ao povo brasileiro. 

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