quarta-feira, 16 de setembro de 2020

O VÃO DO METRÔ

       O Metrô Rio divulgou uma nota dando conta de uma redução em sua receita da ordem de R$ 409 milhões por conta da pandemia do coronavírus, que reduziu em cerca de 60% o transporte de passageiros. Por isso reivindica o aporte de mais recursos para continuar operando o serviço.
    Só que segundo reportagem do jornal O Dia, há uma batalha jurídica entre a empresa e o estado do Rio por uma parte dos lucros da concessionária, cerca de R$ 198 milhões, obtidos entre 2007 e 2012, que deveriam voltar para os cofres do governo.
    A reportagem destaca ainda a negativa do Metrô Rio quanto à referida quantia em seu caixa, além do imbróglio envolvendo a continuação das obras da Linha 4 e demais investimentos em melhorias do serviço, ou seja, uma briga que vai se arrastar até entenderem o que consta no contrato de concessão e tal pra definir a responsabilidade de cada parte nessa história.
   Agora, nunca é demais lembrar que a população é a única que não pode ser prejudicada nessa briga, principalmente se a concessionária resolver interromper o serviço, como já manifestou, caso não obtenha recursos para prosseguir operando o serviço.
   Ora, já é ruim para a sociedade esse modelo de parceria em que cabe ao estado, por exemplo, a aquisição de novos trens, quando há necessidade de renovação da frota. Ou seja, o dinheiro público ainda empregado em um serviço que o estado não opera. O usuário paga a passagem e ainda compra os trens, e por um tempo bem longo, pois essa parceria do Metrô Rio com o governo do estado vai até 2038, tudo dentro das regras de concessão, sem que  ninguém possa reclamar de eventuais prejuízos. 
   De qualquer forma, essa batalha que está rolando agora só veio em função da pandemia que reduziu o fluxo de passageiros e a consequente projeção de receita e as vantagens para ambas as partes. 
   Mas vale uma reflexão por parte da sociedade e dos próximos gestores do estado esse modelo de concessão de serviços públicos pouco atraente para a população, que além do vão entre o trem e a plataforma, sente no bolso o peso de serviços, ainda por cima, precários. 

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