A gente pode prosseguir com o assunto sobre a renovação do Congresso com muita segurança porque esse processo faz uma abrangência maior para a realidade atual do Brasil.
É claro que a eleição para presidente da república é importante. Sempre será. Tudo que tem de ser alterado de forma imediata como medida urgente e que tenha um efeito em curto prazo o Executivo tem essa prerrogativa em benefício do interesse coletivo.
Mas quando a gente lembra que é necessário profundas mudanças para adequar importantes projetos e a própria legislação vigente ao cenário atual do país, o Parlamento é que tem essa missão, através de seus pares, de apresentar os projetos, as propostas que reivindiquem as mudanças.
Independente da vontade política do governo, seja ele de direita ou esquerda, é o Congresso que vai concluir os trabalhos, caso o presidente tome a iniciativa e acene com projetos que proponham eventuais mudanças.
Se por acaso o chefe do executivo ficar preso a conceitos de aliados e seus interesses nessas relações cabulosas que a gente tem visto há várias gestões, então a população vai esperar que a Câmara do Deputados, sim, é que ensaie essas mudanças.
Por isso que eu considero fundamental uma fala diferenciada por parte do eleitorado e dos eventuais candidatos aos cargos de deputado federal e senador em todo o país, uma campanha bem forte, maciça, para que haja uma renovação completa no ambiente do Congresso Nacional, entendendo que esse processo pode durar um tempo longo, duas, três ou mais legislaturas, mas que seja iniciado imediatamente, para que tenha uma dimensão nacional de fato.
Imagine as coisas que têm acontecido no Brasil ultimamente e até agora não foi discutido com a seriedade que as causas sugerem. A corrupção, a questão do foro privilegiado, as tais prisões em segunda instância, enfim, tudo indefinido ainda, porque mexe em interesses de nobres colegas.
Com relação à criminalidade, são casos de feminicídio, estupro, menores, homofobia, racismo, questões que precisam de atenção maior do Congresso para adequar as penalizações e eventuais reparações, visando diminuir ou erradicar esses delitos do seio da população.
Nós sabemos que há uma lista maior de itens a serem revistos na vida dos brasileiros, mas estes mencionados são os que mais têm angustiado a sociedade nesses últimos tempos, e só uma nova geração de parlamentares pode operar as mudanças necessárias.
É compreensível que toda essa discussão tenha o viés ideológico de sempre, claro, mas se o debate ocorrer fora do extremismo que cerca vários embates na câmara, a própria mudança de mentalidade de novos parlamentares pode facilitar a confecção de códigos mais atraentes e saudáveis para a sociedade brasileira.
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