O presidente Jair Bolsonaro fica entrando na
pilha do ministro da economia, Paulo Guedes que, sempre que pode, faz uma
pressão para tentar emplacar o Estado mínimo no Brasil sem qualquer discussão,
sem critério algum que possa sustentar a viabilidade de um projeto com essa
complexidade toda.
Só isso explica esses arroubos do presidente, como agora, em criar esse decreto que autoriza o Ministério da Economia a abrir estudos que possibilitem a parceria público-privada no Sistema Único de Saúde.
Pra começo de conversa, em tempos de pandemia seria uma afronta à inteligência da opinião pública em momentos de aflição e agonia pela Covid- 19, mas a verdade é que a complexidade do SUS, que engloba as três esferas de administração, implica discussões e estudos com autoridades e especialistas da área de saúde, não é só a área econômica que iria deliberar sobre isso.
E a outra questão é justamente a que levanta suspeita em todos. Já que o Bolsonaro havia desmentido a privatização do SUS no decreto, a parceria com empresas privadas na gestão das Unidades Básicas de Saúde é uma versão mais ampliada do que já ocorre nos estados e municípios, em modelos de gestão da saúde pública, em algumas praças, com registros de escândalos e precariedade do serviço.
No Rio de Janeiro, esse modelo de administração através de Organizações Sociais a gente já conhece como funcionava, regada a propina, favorecimento e vantagens que em nenhum momento trazem benefícios para os usuários do sistema. Não é difícil imaginar a complexidade desse modelo em nível nacional. Seria tão ou ainda mais complicado que a atual forma de gestão num país de dimensões continentais como o Brasil.
Na fala do ministro Paulo Guedes para defender o decreto, ele sugere incentivar a participação da iniciativa privada para melhorar a qualidade do serviço. Ora, ministro, dá pra tornar excelente a saúde pública no país, desde que o governo utilize todo o recurso destinado ao setor; não diminua o orçamento da saúde como fez este ano; crie mecanismos para monitorar a gestão dos hospitais federais, pois, no Hospital Geral de Bonsucesso, por exemplo, a diretora dava festas, mesmo com a própria unidade respirando por aparelho.
Pois bem, ainda bem que Jair Bolsonaro voltou atrás e revogou o decreto 10.530 depois da repercussão negativa que a decisão isolada e descabida do presidente provocou.
Nesse cenário de estado mínimo que o neoliberalismo propõe, cada país tem suas peculiaridades, suas características que levam em conta vários fatores. Se o Paulo Guedes acha que é fácil encolher o Estado sem sacrifícios, só com uma canetada, e ainda mexendo na saúde da população, pode desistir que a sociedade está atenta.
Se o presidente acredita que pode decidir de forma unilateral sobre questões que envolvem a vida das pessoas, mesmo que não seja pilha do Paulo Guedes, pode revogar essa ideia de jerico.
Só isso explica esses arroubos do presidente, como agora, em criar esse decreto que autoriza o Ministério da Economia a abrir estudos que possibilitem a parceria público-privada no Sistema Único de Saúde.
Pra começo de conversa, em tempos de pandemia seria uma afronta à inteligência da opinião pública em momentos de aflição e agonia pela Covid- 19, mas a verdade é que a complexidade do SUS, que engloba as três esferas de administração, implica discussões e estudos com autoridades e especialistas da área de saúde, não é só a área econômica que iria deliberar sobre isso.
E a outra questão é justamente a que levanta suspeita em todos. Já que o Bolsonaro havia desmentido a privatização do SUS no decreto, a parceria com empresas privadas na gestão das Unidades Básicas de Saúde é uma versão mais ampliada do que já ocorre nos estados e municípios, em modelos de gestão da saúde pública, em algumas praças, com registros de escândalos e precariedade do serviço.
No Rio de Janeiro, esse modelo de administração através de Organizações Sociais a gente já conhece como funcionava, regada a propina, favorecimento e vantagens que em nenhum momento trazem benefícios para os usuários do sistema. Não é difícil imaginar a complexidade desse modelo em nível nacional. Seria tão ou ainda mais complicado que a atual forma de gestão num país de dimensões continentais como o Brasil.
Na fala do ministro Paulo Guedes para defender o decreto, ele sugere incentivar a participação da iniciativa privada para melhorar a qualidade do serviço. Ora, ministro, dá pra tornar excelente a saúde pública no país, desde que o governo utilize todo o recurso destinado ao setor; não diminua o orçamento da saúde como fez este ano; crie mecanismos para monitorar a gestão dos hospitais federais, pois, no Hospital Geral de Bonsucesso, por exemplo, a diretora dava festas, mesmo com a própria unidade respirando por aparelho.
Pois bem, ainda bem que Jair Bolsonaro voltou atrás e revogou o decreto 10.530 depois da repercussão negativa que a decisão isolada e descabida do presidente provocou.
Nesse cenário de estado mínimo que o neoliberalismo propõe, cada país tem suas peculiaridades, suas características que levam em conta vários fatores. Se o Paulo Guedes acha que é fácil encolher o Estado sem sacrifícios, só com uma canetada, e ainda mexendo na saúde da população, pode desistir que a sociedade está atenta.
Se o presidente acredita que pode decidir de forma unilateral sobre questões que envolvem a vida das pessoas, mesmo que não seja pilha do Paulo Guedes, pode revogar essa ideia de jerico.
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